Muitos pais não sabem, mas a agressividade e a
raiva no comportamento das crianças, nada mais são do que a forma que elas
encontram de esconderem seus sentimentos de impotência diante de algo que não
sabem como lidar.
Depois do próprio sentimento de impotência dos pais,
quando não sabem mais o que fazer quando os irmãozinhos estão brigando ou
quando um deles se manifesta de forma explosiva. Uma lição é importante tanto
para os pais, quanto para os filhos: todo ser humano deve se permitir
sentí-los, mas o diferencial será em como irão administrá-los.
A forma mais ineficaz e errada de lidar com as
emoções nos filhos, é dizer frases como: “Isso não dói tanto”, “Não precisa ter
medo” ou “Aquilo não é tão ruim assim”. Dizer isso faz os filhos pensarem que
seus sentimentos são exagerados e desnecessários. A maneira mais efetiva e
consistente de auxiliar os filhos nessas horas, é fazer simplesmente uma coisa:
auxiliá-los a detectar qual o sentimento que eles estão sentindo naquele
momento. É como se os pais fossem os tradutores de uma língua que as crianças
não dominam.
Quando as crianças percebem que os pais conseguiram
traduzir seus sentimentos, elas se acalmam e os pais nem imaginam que
auxiliaram seus filhos a ativar áreas do cérebro que as instrumentalizam a
resolver seus próprios conflitos. Como ninguém gosta de textos compridos,
procurei selecionar objetivamente, as reações mais adequadas que os pais podem
reagir nesta hora difícil:
1. O adulto deve saber
o que está acontecendo, mas deve evitar intervir. Quando as crianças precisam
de ajuda, elas pedem. Somente os casos de agressões físicas que deve ter a ação
efetiva dos pais.
2. Se coloque no lugar
da criança. Se já não é fácil para marido e mulher se reconciliarem
tranquilamente na hora de uma briga, imagine então irmão e irmã. As crianças
conseguem se reconciliarem sozinhas, na maioria das vezes, tanto é que elas
brigam, mas logo depois, voltam a brincar.
3. Quando você não
sabe o que fazer, o melhor a ser feito é justamente “traduzir” o sentimento da
criança. Isso lhe dá conforto.
4. Quando as crianças
ou a situação está tensa, elas precisam de uma voz calma e tranquila que
estabilize o sentimento delas. O fato dos pais se mostrarem mais calmos, em
questão de minutos, a calma de um pai (mãe) tem o poder de diminuir a ansiedade
da criança.
Nisso, é importante que você:
- Toque
a criança, com amor, mas firmeza;
- Abaixe-se
na altura dela, para mostrar-lhe o quanto sente empatia pelo ocorrido;
- Se
uma delas estiver mais brava, pegue ela primeiro e saiba que ela só quer
ser entendida por vocês;
- Após
isso, pegue a outra criança com afeto e procure descobrir como se sente.
- Se
ambas se acalmarem rápido, pode começar a conversar com ambas, para
descobrir o que aconteceu. Não adianta conversar quando as crianças
nervosas. Deixe a poeira abaixar e depois, volte no assunto;
- O
foco das brigas não deve ser de buscar culpados, mas de orientá-las para
que uma compreenda o ponto de vista da outra. Isso aciona os hemisférios
do cérebro que são necessários para os sucessos nos relacionamentos
familiares e sociais;
- Se a
agressão é verbal, do tipo: “A mana é boba!” ou “Quero que a mamãe vai
embora”, não significa que a criança está sentindo isso, mas que talvez,
se a mãe não estivesse em casa, ela não iria ficar me incomodando.
Lidar com os filhos é o mesmo que aprender a lidar
com os sentimentos do próprio adulto.
Por Karine
Rizzardi*
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