domingo, 24 de agosto de 2014


PERDIDO DENTRO DA IGREJA

Lucas 15.25-32

Introdução:

 O texto de Lucas 15.25-32, fala sobre o irmão do filho pródigo.
 
 Ele aponta o terrível perigo de estar na casa do pai, dentro da igreja, obedecendo leis, cumprindo deveres, sem se enveredar pelos antros do pecado, e ainda assim, estar perdido.

 Podemos chegar a essa conclusão pelas seguintes razões:

1. Vive dentro da igreja, mas não é livre

  “Mas ele respondeu a seu pai:

 Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos” (v. 29)

 Ele não vive como filho, mas como escravo.

 Faz as coisas certas com a motivação errada. Sua obediência não provém do coração, mas da obrigação.

 Ele nunca entendeu o que é ser filho. Nunca conheceu o amor do Pai. Muitos, também, estão na igreja por uma mera obrigação. Obedecem, mas não têm alegria. Estão na casa do Pai, mas vivem como escravos.

2. Vive dentro da igreja, mas está com o coração cheio de amargura

 “Mas ele respondeu a seu pai:

Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado” (v. 29,30)

 O filho mais velho irrita-se com a misericórdia do Pai. Ele não se alegra com a restauração do seu irmão caído.

 Para ele quem erra não tem chance de restauração nem deve ser objeto de perdão.

 Na religião dele não havia agenda para o amor.

 Mas a Palavra de Deus diz que quem não ama a seu irmão ainda permanece nas trevas.

O ódio que ele sentia pelo irmão não era menos grave que o pecado de dissolução que outro cometera fora da igreja.

 O ressentimento que enchia o seu coração o isolou do Pai e do irmão.

 Ele se recusou a entrar em casa para celebrar a volta do irmão arrependido, antes se encolheu magoado, revoltado, envenenado pela mágoa destruidora.

3. Vive dentro da igreja, na presença do Pai, mas anda como solitário

 Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu” (v. 31)

 Ele anda sem alegria. Está na casa do Pai, mas não tem comunhão com ele.

 Muitos também estão na igreja, mas não têm intimidade com Deus, não desfrutam da alegria da salvação, não experimentam as doces consolações do Espírito, vivem como órfãos, sozinhos, curtindo uma solidão dolorosa.

4. Vive dentro da igreja, mas não se sente dono do que é do Pai

 Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu” (v. 31)

 Ele era rico, mas estava vivendo na miséria. Tinha toda a riqueza do Pai à sua disposição, mas vivia como escravo.

 Era filho, mas não banqueteava com os seus amigos. Assim, também, muitos vivem na igreja sem experimentar os banquetes do céu, servindo a Deus por obrigação, sem alegria no coração.

Conclusão:

O mesmo Pai que saiu para abraçar o filho pródigo arrependido sai para conciliar este filho revoltado.

O arrependido, com o coração quebrantado, festejou a sua restauração; o outro ficou do lado de fora, perdido, com o coração endurecido.

sábado, 9 de agosto de 2014

EM BUSCA DA RESTITUIÇÃO



Lc 18.35-43

 Restituir significa restabelecer no estado anterior, recuperar o perdido.

 Na grande maioria das vezes nos descuidamos com coisas importantes e acabamos perdendo.

 Perdemos porque nem sempre damos o valor devido, é como se fosse algo tão natural que não atentamos a importância que há.

 Se observarmos bem, perdemos muitas coisas na vida: oportunidades profissionais, amigos, relacionamentos familiares, o interesse pela obra de Deus deixando de fazer aquilo em que éramos instrumentos nas mãos do Senhor (chamado, vocação).

 A perda fez com que esse homem, Bartimeu, se adaptasse a nova realidade, mudasse de vida, de contexto, de realidade, de status social.

 Ser cego era carregar consigo o estigma de ser vitima de si mesmo, se vitima de um infortúnio ou pecado cometido contra Deus que acarretou a punição de ficar sem enxergar.

Conseqüentemente, dependente dos outros.

 Mas Bartimeu traz consigo um ideal: TORNAR A VER. RECUPERASSE O QUE SE PERDEU.

 Para isso precisamos...

1. Estar sensível:

Este homem perdeu a visão, mas não perdeu a capacidade de perceber o todo a sua volta, não perdeu os demais sentidos.

 Pelo fato de ficar naquele lugar constantemente mendigando, fez com que conhecesse muito bem aquele lugar e sua realidade, mesmo sem enxergar.

 Naquele dia algo estava diferente, fora do comum, uma multidão se aproximava de Jericó de forma diferente produzindo um grande ruído.
 
Temos percebido algo diferente ao nosso redor ou nos prendemos naquilo que foi perdido e ficou para traz?

2. Promover a reconciliação:

 Bartimeu clama várias vezes, quantas fossem necessárias, pela mesma coisa: MISERICÓRDIA.

 Misericórdia significa bondade, amor e graça de Deus para com o ser humano, manifestos no perdão, no auxilio e no atendimento de súplicas.

 Bartimeu estabelece prioridades: antes do restabelecimento de sua visão era necessário restabelecer-se com o Criador através de Cristo.

 Nada terá êxito enquanto a reconciliação com Deus não for restabelecida.

 Não há reconciliação com Deus sem passar pelo próximo, ou seja, reconciliação com aqueles/as que ferimos em nossa caminhada.

 Com quem precisamos nos reconciliar para chegarmos em Deus? Em que precisamos reconciliar com o Pai?

3. Superar os ditames (aquilo que a razão diz que deve ser) e agir com fé:

 A reconciliação não é tarefa fácil, requer disposição para enfrentar tudo e todos.

 Bartimeu além de sua própria debilidade – deficiência visual, precisa ainda superar o som emitido pela multidão para ser percebido.

Sair da margem do caminho e ir à direção certa mesmo que tenha aqueles que o tentem tirar do caminho e levar para a margem de volta (seu lugar é aí).

Superar o desânimo lançado por outros que o viam como cego (um não merecedor de misericórdia), que estava daquele jeito por algo que provavelmente cometera.

Além das proibições que surgiram (cala a boca).

 Ele permaneceu em seu objetivo até o fim. JESUS LHE PERGUNTOU: O QUE QUERES QUE EU TE FAÇA? ... QUE EU TORNE A VER. Somente a superação nos leva ao ideal maior.

 Diga para si mesmo: EU SOU CAPAZ, EU VOU CONSEGUIR, EU CHEGAREI LÁ!

4. Retribuir ao Senhor:

O restabelecimento da visão trouxe para Bartimeu uma mudança de vida. Ele direcionou o seu olhar para um objetivo perfeito.

A palavra de origem do termo tornou a ver significa olhou para o alto, ergueu o olhar.

 Bartimeu foca seu olhar para o Senhor, não quer mais saber de sua vida sem sentido, ele se torna discípulo (akoloutéu) aquele que segue, que acompanha, que imita.

 Bartimeu sai da condição de cego para ser um imitador de Cristo, (doxazu) manifestando a glória e a santidade de Jesus.

 Aquele que era visto como vitima do pecado é agora o manifestador da santidade do Senhor.

Como temos retribuído ao Senhor?